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Novo Contraceptivo Masculino, será que esse agora pega?

Nesse post você conhecerá o novo contraceptivo masculino que poderá revolucionar a maneira como evitamos gravidez indesejadas.

Geralmente, quando se pensa em métodos contraceptivos vem logo a cabeça a camisinha. Quando se busca uma alternativa a esta estratégia de evitar uma possível gestação, a opção que vem logo em seguida é o anticoncepcional feminino, um mágico comprimido que previne a indesejada notícia. Mas em relação aos homens? Não existe nenhum método relacionado a eles para resguardar as mulheres da bomba hormonal contida nas maravilhosas formulações farmacêuticas em pequenas caixinhas todo mês?


O mais comum método anticoncepcional masculino é a vasectomia, no entanto, esse procedimento ainda tem pouca adesão. Todos sabemos da grande resistência dos homens a esta estratégia, principalmente porque mexe com outros aspectos que os meros biológicos, como o psíquico e o social. O tabu de que esse procedimento cirúrgico influi negativamente na potência sexual masculina ainda persiste, desencorajando muitos homens. Outro entrave consiste no impacto psicológico da própria "esterilização em si" pois, a possibilidade dos homens vasectomisados não poderem ter mais filhos biológicos afeta de forma não positiva na perspectiva de constituição de novas famílias por esse indivíduos. Mas essa história pode mudar.


Em 2020, está prestes a ser lançado o primeiro contraceptivo masculino injetável do mundo. O produto foi desenvolvido pelo Conselho Indiano de Pesquisa Médica (ICMR), e aguarda apenas aprovações finais do Controlador Geral de Drogas da Índia (DCGI) após a droga ter sido examinada em testes clínicos em cerca de 300 voluntários. Foi observado que o procedimento apresentou uma eficácia de mais de 97% sem que os pacientes manifestassem efeitos colaterais relevantes.



O método RISUG – sigla em inglês que significa Inibição Reversível do Esperma sob Orientação – como foi batizado, surge como uma opção à contracepção permanente, a vasectomia, e apresenta as vantagens por ser um procedimento não invasivo e reversível. Nos voluntários em ensaios clínicos de fase III, o produto apresentou uma durabilidade de 13 anos.

Fonte: autores, 2020

O novo contraceptivo masculino funciona de maneira simples: injeta-se a substância em uma região próxima aos testículos, com uso de anestesia local, e pronto, a droga está apta a agir sobre os gametas masculinos, os espermatozóides. O RISUG não é um método hormonal, trata-se de um polímero sintético composto de anidrido maleico de estireno que é depositado no ducto deferente. Esse composto funciona como uma barreira que até permite a passagem dos espermatozoides, mas sem antes levarem as essas células a adquirirem anomalias morfológicas. Dessa maneira, os espermatozóides perdem seus flagelos, o que compromete a motilidade desses nadadores natos e impossibilita que alcancem o óvulo. Esse efeito decorre do estresse oxidativo sofrido pelos gametas masculinos causado pelos compostos presentes no RISUG.


Abaixo você pode conferir como o composto funciona.



Fonte: Modificado, hypescienc, 2017



Fonte: Modificado, O Globo, 2017



Outra grande vantagem do método e que deixará os homens menos preocupados, é que o procedimento é reversível e pode ser realizado a qualquer momento. É necessário somente a administração de uma injeção contendo sulfóxido de dimetilo (DMSO) e bicarbonato de sódio (NaHCO3), o qual é aplicada no canal deferente. Estes compostos são capazes de reagir com as substâncias presentes no RISUG resultando em sua eliminação pela uretra, o que reestabelece a condição fértil prévia à injeção contraceptiva.


“O produto pode ser denominado, com segurança, o primeiro contraceptivo masculino do mundo”, relatou o cientista R.S. Sharma do ICMR, ao jornal Hindustan Times. Assim, mediante os bons resultados clínicos apresentados somados com vantagens sobre a vasectomia, o RISUG tende a substituir o método contraceptivo tradicional e ter maior índice de adesão entre os indivíduos do sexo masculino.

 

Escrito por Ane Bezerra e Estéfany Ayrla Guedes

Revisado e editado por Marconi Rego Barros Jr.



Fontes:


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